Olho, me comovo
Mas, na maioria das vezes, não me movo
A arte não pede licença
Invade violentamente o peito
Armada
Com sua tropa de choque
Pra me dar aquele toque
De que tem algo acontecendo
Será que eu estou vendo?
Ando sentindo o estômago embrulhando
O esôfago ardendo
A garganta moendo pra fora
Tudo que engoli-li
Até agora
A poesia, filha sem mãe,
Corre, desesperada
Escorre encharcada pela minha mão
Fugindo de parar,
Como tantas outras
No escuro de um porão.
Lembra aquela musica que a gente cantava...
Hoje citada, parece
Palavra de ordem sem sucesso...
E eu, TV, te vejo,
Vê se também se vê!
Como sempre parada,
Cheia de movimento e cores por dentro.