sábado, 20 de agosto de 2011
Dele
Minha amada
sexta-feira, 19 de agosto de 2011
Não é justo
Depois de um tempo
terça-feira, 9 de agosto de 2011
Crise por tópicos
voando dentro da gaiola
absurdices cotidianas
café e cigarro
infinitos-efêmeros
chocolate com farofa
varrendo os cacos
Guarda-chuva, guardanapo
teoria
meu lugar
Nostalgia
pé-de-pano, pé-de-pato
Utopia
celular
Roda-viva
Travesseiro travesso
espelho
saudade
cantar
do avesso
Joelho
intimidade
chorar
Enumerar e organizar.
MEU ROL
segunda-feira, 1 de agosto de 2011
Deuses insaciáveis
Quando os deuses amam, não ficam janelas fechadas, mesmo as que tem grades
Quando os deuses amam, as condições humanas deixam de existir. Não importa a aparencia, o carisma, a inteligencia ou mesmo o sexo do ser amado
Não importa se ele te ama, se ama outro, se não te ama...
Só o que importa é o ser e os nobres momentos ao lado dele
Quando os deuses amam, deixam de ver o ser: vêem a alma.
Quando os deuses amam, não precisam de muito para se alegrar. Uma simples tarde juntos, sem qualquer palavra, passa a ser um momento único e mágico
Quando os deuses amam, não dá pra ficar triste, mesmo nas lágrimas há sorrisos
Quando os deuses amam, as brigas são todas perdoadas e são nelas que o amor cresce ainda mais por conseguir vencê-las
Quando os deuses amam, não importa o distância. Mesmo com um em cada lado do mundo, sempre estão caminhando lado a lado para o mesmo rumo
Quando os deuses amam, um simples "oi" passa a ser "eu te amo" e "eu te amo" pode ser apenas "oi"
Quando os deueses amam... quando eles amam?
Sempre!
Não importa como começou, mas começou:
Já era!
Tá grudado para o resto da vida
E se os deuses são imortais...
Até o para sempre acabar
E se não acabar...
Fotografia
Dizem ter morado uma filha bastarda de tiradentes
Igrejas flutuantes vistas pelas frestas da janela
Elis, Milton, Chico, Ney e mais alguns
cantavam ao pé do ouvido
A cerveja gelada.
Na temperatura (do) ambiente
O assunto: arte!
Jogando papo fora, sabe?
Atrás deles, Drummond olhando de soslaio
Com certeza com um poema pronro na cabeça.
Poderia ser uma cena de um filme, um quadro, um espetáculo ou música
Mas era só vida mesmo
Afinal, todos nós um dia vamos ser só fotografias
É isso!
Que me faz frente e verso,
menor que um átomo ou maior que o universo
O que é isso?
Que apesar de estar dentro, só aparece por fora
O que é isso que aflora?
E incomoda
Me deixa extasiada, inebriada, embreagada e quase vai embora
Fica assim: reprimido, quieto e escondido dentro de mim
Isso não sabe falar
Isso não sabe porque
Isso só sabe amar e crêr
Livre ao acaso, fico esperando ansiosa por essa coisa buliçosa que me liga ao raro
Faz o medo virar certeza,
faz a dor virar beleza,
faz em mim uma limpeza
A boca a se esticar,
os olhos a se encharcar,
e isso a se inflar
O que é isso em meu rosto
que mostra aos outros o meu arroto?
O que é isso eu não sei,
mas enquanto descubro:
Vivo até onde cheguei.
E?
preso na minha garganta
Mas além de não saber como sair
métrica, rima e sei lá mais o quê
ele ainda não tem nem porquê
Eu sempre me pergunto o que faz alguém querer ser soldado
E sempre me deparo com a palavra amor
Lembrando que ela está sempre muito ligada a palavra ódio
Mas eu, sou soldado do ócio
Quero mudar o mundo
mesmo sabendo que não posso
Vem a crise
Vai a crase
Um carro passa tocando um funk
A perua leva seu cãozinho peludo no colo
Umas gotinhas de chuva molham minhas palavras
e...
Em nós
Enquanto o meu mundo acontece aqui dentro
Tem explosões acontecendo
Essas explosões às vezes não vêm de nenhum dos dois mundos
Mas muda toda a ordem dos conjuntos
Tem gente
Tem gestos
Tem sons
Tem vida
E são tantas vidas...
Tem a vida que eu queria ter
Tem a vida que eu tenho
Tem a vida que eu tinha
Tem a vida que eu quero ter
Tem a vida que eu levo
Tem a vida que me leva
Tem vida que chega
E tem vida que vai
E são tantas vidas...
Tem aquela vida que faz parte da minha vida, daquela vida e de outras tantas vidas
E são tantas vidas...
Tem gente que parece que eu conheço de outras vidas
Tem gestos que eu faço e mudam vidas, até mesmo a minha
Tem sons que acompanham a vida
E são tantas vidas...
Todas as vidas estão no mundo, em todo mundo, em todos os mundos
E em cada mundo, um medo
Medo e vida moram juntos
Juntinhos
Colados
Entrelaçados
Enroscados
Em nós.
BRISA
Vazou um pé de brisa
Vazou um pé de vento
Vazou com o vento a brisa
A Brisa indo com o vento
O pé de brisa vazando
Pede, Brisa
Pede pra brisa
Vaza com a Brisa
Enquanto a brisa vaza.
Eu vou...
Estou me engolindo
Depois que passei por cima de mim
Pisotiei
Nem liguei
Fiquei lá
Estendida no chão
Machucada
Chorando
E apesar de não ter morrido
Levantar é ainda mais difícil
Então continuo lá
Até quando?
O mundo exige datas
Que não podem ser adiadas
Preciso correr
Antes que os pés sobre a minha cabeça não sejam os meus.
Quase manhã
Sinal de que vai amanhecer
E amanhece
Estou sempre amanhecendo
A saudade daquelas manhãs explodidas
Rói meu peito como que quase doendo
Aquelas manhãs que chegavam brutais
Asustando os desavisados
Abrindo a força os corações
Mas hoje amanhece devagar
Como as primeiras 15 páginas de um livro
Quase sonolenta
E me é quase igual, só faltava um punhal.
Comigo
Vou à festas, dou festas e sou a festa
Posso escolher com quem falar
Ou simplesmente não falar
Decido o que vou fazer do meu tempo
Beijo pessoas
Tenho amigos
Ouço, danço e canto
Luzes coloridas
Nudez
Mas ainda assim
Hoje fico mais tempo comigo.
Tempo
Já me iludi
Desiludi
Já tomei inumeras xícaras de café
Já fiquei bebada
Já tive crise de choro
Já tive crise de riso
Já chorei de tanto rir
E ri de tanto chorar
Já se foram tantas cores
Tantas palavras
Tantas melodias
Tanta poeira
Tanto mofo
Milhares de bordões
E o corte que o espelho fez em meu dedo continua aqui.
domingo, 31 de julho de 2011
Sobre as janelas/sorrisos
A janela do sorriso II
É azul. Um azul escuro e muito forte, que chama atenção.
O ser na janela não é mais ela
É ele. Não foi por um único sorriso.
Foram vários e duradouros.
Duradouros o suficiente para gerar outros.
Outros que, de passagem pela minha janela, em pouco tempo conseguiam captar a imensidão e a beleza daquele sorriso, que vinha sempre acompanhado de um aceno.
As pessoas aqui, não lêem, estudam ou coisa parecida. Apenas respondem acenos e sorrisos também.
Mas, com o tempo, distraída, perdi de vista aquela janela.
E ao reencontrar, encontrei-a durante vários dias fechada.
E quando aberta.
Sem ele.
Em cima da janela, pendurada, uma luminária que se quebrou e está sem lampada.
Em mim, um choro amarrado na garganta.
Doce sorriso, onde você está?
A janela do sorriso I
Olho da janela e vejo outras janelas.
Todas fechadas todos os dias. Até que um dia, sem que ninguém perceba ou sequer olhe para lá, uma janela se abre.
As pessoas aqui continuam a ler, escrever, pensar, falar, estudar. E eu a olhar a janela. Quem a teria aberto? Penso enquanto olho fixamente para o grande mistério da janela aberta.
De repente! Um susto! Tem alguma coisa se mexendo lá e não é a cortina como nos outros dias. Continuo a olhar e então ela surge, linda como uma princesa. Saíra a pouco do banho, eu consigo vê-la arrumando seu vestido florido no corpo.
Ela nem percebe a janela aberta, faz tudo como se cumprisse uma rotina. Pega o creme, passa no rosto com movimentos mais leves que um vôo. E finalmente vê. Já estava olhando a horas, mas agora ela vê. Percebe que tem um admirador a olhar. MOrrendo de vergonha, a única coisa que consigo fazer é dar um sorriso e continuar a admirar aquela bela doçura.
Em resposta ao meu abuso - que invasão a minha! - Ela fita-me com seu olhar terno e caloroso e me dá um lindo sorriso. O sorriso mais lindo que já vi. Que me transmitiu algo grandioso.
Ela continua sua rotina como seu eu não estivesse lá. Deita-se. Provavelmente já estaria dormindo agora. Mas eu continuo aqui, estático, olhando aquela janela com cortinas da cor vinho, a lembrar daquele sorriso lindo e esperando que talvez ela volte.
Até que alguém aparece e fecha a janela.
Crise IN sone
(IN completo)
quinta-feira, 16 de junho de 2011
baseado em Contos Reais
Atingindo a idade esperada, foi mandada ao reino encantado para um periodo de aprendizado e expulsão de alguns medos. Quem sabe assim conseguiria controlar seus dotes mágicos e quem sabe até voar. Pelo menos foi o que prometeram a pobre garota.
Porém, com su jeito estabanado, sempre fazia tudo errado. O sapo ela transformava em maçã envenenada, da abóbora ela fazia sapatinho de cristal, fora a fofoca. Foi ela por exemplo que publicou no facebbok o polêmico caso do espelho mágico com o lenhador.
E assim, é claro, sua habilitação de fada foi suspensa e suas asas confiscadas até que ela obtivesse certa quantia de dotes como princesa. Para isso, lhe fora apresentado um principe, que, sabendo do histórico da lesada, não deixou por menos. Em seu palácio, tão alto quanto as núvens e as ultimos galhinhos das araucárias que mais parecia um mosteiro zen oriental, ele se esforçava em transformar aquela aberração em um ser no mínimo mais doce.
E por incrível que pareça, talvez por ter se tornado o único a acreditar que ela ainda tinha algum potencial, conseguiu alguns proigressos, tanto em princesisse, quanto em fadisse. Sua confiança era tanta na desvairada que ele, inocente, num descuido, deixou escapar numa conversa o esconderijo onde ele guardava, ou escondia, não sei, as asas confiscadas.
Com tantas mensagens otimistas e tanta credibilidade da parte dele, ela acreditou que já estava apta a reaver o que lhe parecia direito.
Certa noite, depois de uma bebedeira, entrou sorrateiramente no palácio e ali, nos aposentos do principe, usurpou o primeiro par de asas que viu pela frente e saiu pela janela. Obviamente levou alguns tombos, alguns não, vários tombos que ela teve que esconder muito bem para não ser descoberta.
E de lá do alto de sua torre, olhando de cima o reino encantado, ela se esconde enquanto repensa o que fez. Um pouco de culpa pelo roubo e outro pouco pela carreira de princesa que abandonara. Já não sabia se a dor que sentia era das feridas adquiridas nas quedas ou se era a secreta saudade que sentia do principe.
- Ora, que bobagem! Fadas não tem pares românticos! Repetia para si mesma todos os dias enquanto limpava com carinho as asas antes de mais um treino de vôo.
Há alguns dias , num de seus passeios noturnos, a infante se deparou com o cavalo branco do principe na linha do trem, próximo a estação. Lembrou-se imediatamente do principe e de como ele falava das viagens de trem. Também lembrou-se de como seria a conclusão do curso de princesa, um baile em que ela e o principe dançariam a sós pelo salão e ele lhe entregaria uma rosa.
Mas, para a decepção da moçoila, o principe parece ter deixado o reino e ela, como não sabe fazer nada sozinha, acabou quebrando suas asas. E agora, não sendo mais nem fada e nem princesa, ela não tem mais o que fazer neste reino.
Mas antes de partir, ela está a procura do principe para um pedido de desculpa, o mais sincero da vida dela. E também para dizer ao principe, que ele tinha razão. Ela não queria ser fada, só queria ser princesa... mas assim como ela sempre vai ser só metade fada, ela também nunca será uma princesa inteira.
Se você sabe alguma coisa sobre o paradeiro do principe, por favor, entre em contato com a princesa, ou melhor, com a meia princesa.
sexta-feira, 15 de abril de 2011
Na noite passada, repentinamente, sem avisar, nos quintais dessa cidade...
terça-feira, 11 de janeiro de 2011
Manhã de verão
(Bocejos)
Pessoas correndo enquanto eu olho da janela
Um fusca vermelho vai na tempestade
Uma folhinha branca que desce o morro todo na enxurrada encostada ao meio-fio
Tudo branco, um vento quase frio.
As árvores dançando.
Ah que barulho maravilhoso
E tanto quanto assustador
O cheiro do asfalto quente encontrando as gotas geladas e apressadas da chuva.
Enquanto o coqueiro quebra e requebra de um lado para o outro,
a mangueira lá no fundo do quintal fica paradinha.
De vez em quando um folhinha da sinal de vida.
Ela é pesada, deve estar carregada de mangas.
Um fusca branco vem na tempestade.
A chuva parando e uma vassoura caída na rampa, que é o único caminho até a mangueira.
Se amanhã fizer sol, vou descer a rampa e chupar manga.
De novo (escrito 01/01/09)
De novo outro começa
De novo faço rimas
De novo alguém despresa
De novo solto fumaça
De novo a chuva passa
E de novo mesmo
Nada...